sábado, 29 de maio de 2010

As Mulheres do Vinho

Em um ambiente particamente visto como masculino, cada vez mais as mulheres vão encontrando seu espaço no circulo dos vinhos e isto não é novidade. Na Grécia antiga, por volta de 1800 A.C, somente as mulheres sacerdotizas podiam vender o vinho, mas estavam proibidas de bebe-lo.

A história feminina esta repleta de vitórias, muitas mulheres deixaram sua marca registrada na evolução do vinho e hoje são conhecidas em todo mundo. Claro exemplo disso é Nicole -Barbe Ponsardin, que deu origem a glamourosa champagne Veuve Clicquot Ponsardin, La Grande Dame, inventora do método de remuage e tirada de resíduos do Champagne, precesso que até hoje é usado na produção do champagne e espumantes.

Antônia Adelaide Ferreira, conhecida como dona Ferreirinha, ficou viúva duas vezes, mas nunca deixou para trás a quinta que herdou e hoje conta com 23 quintas na região do Porto, em Portugal.

Donatella Cinelli Colombini, produtora do premiadíssimo Brunello "Prime Donna", na região italiana do Piemonte, vinho reconhecido mundialmente por seu caracter e sensibilidade. Na América do Sul Susana Balbo, enóloga que fez fama aos vinhos argentinos Catena e agora tem seu próprio vinhedo. A espanhola Sara Pérez, destacada enóloga que agradou ao mundo, marcando um novo estilo para os vinhos espanhóis. Jancin Robinson que, além de escrever regularmente sobre vinhos na Financial Times, é colunista em mais 11 países.

Quem também merece destaque e vem contribuindo imensamente para a comunicação do vinho na América do Sul é a sommelier Marina Beltrame. Fundadora e diretora da Escuela Argentina de Sommeliers, onde esta associada a Escuela de Hoteleria de Barcelona, foi a primeira sommelier mulher da Argentina e hoje conta com, além de 5 escolas espalhadas por Buenos Aires, Mendoza, Bogotá, San José na Costa Rica e Panamá, também possúi um programa no canal El Gourmet sobre vinhos e vem formando anualmente centenas de sommeliers para o mercado.
Porém, uma das mulheres mais inusitadas na história do vinho foi Leonor da Ghillhaume, filha do Duque de Aquitânia (atual Bordeaux) a quem Sheakspear chamava de "a velha dama decrépita".

"Numa história digna de novela, Leonor que foi presa pelo próprio marido, o rei Luis VII por ter tramado sua queda, que colocou filho contra filho e mergulhou a França e a Inglaterra numa guerra dinástica, consegue que seu filho Ricardo “Coração de Leão”, a libertasse, lhe restituisse o ducado de Aquitiânia e fizesse de Bordeaux a sede de seu trono na França. Foi Ricardo que construiu o porto de Bordeaux que deu grande impulso ao vinho. Alguns anos depois, com a morte de Ricardo, numa trama que envolveu até o assassinato de um neto seu, Leonor consegue levar ao trono seu filho caçula João e o convence a isentar de impostos o vinho de Bordeaux, deixando o produto de sua terra natal sem concorrência".
(artículo de Dudu Russo)

Cada vez mais o número de mulheres estão se interessando em participar de confrarias e degustações, deixando de lado o ditado de que vinho de mulher são os "docinhos".

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