domingo, 25 de julho de 2010

Os vinhos da China

Conhecida por ser um paraiso dos vinhos, estando entre o quinto maior mercado do mundo, a China todavia não é conhecida como um país produtor de vinhos de grande qualidade, mas muitas empresas vinícolas como Chateau Lafite da França e Bodegas Torres da Espanha já estão de olho no potencial de certas regiões. "Nossa intenção é fazer o melhor vinho possível, mas não necessáriamente o melhor vinho do mundo", diz Gerald Colin, diretor-gerente da Lafite na China.

Colin se refere a uma colina na península de Penglai, na província de Shandlog, localizado ao leste da China, enquanto uma máquina de terraplenagem trabalha sobre a terra ocre para formar impecáveis terraças para o vinhedo. Perto dali, camponeses despejavam pedras para uma futura vinha, pedreiros esculpiam as ladeiras com muretas de retenção feitas com pedras e criavam zonas de captação de mananciais naturais para casos de secas.

Segunda a Organização Internacional de Vinhedos e Vinho (OIV), a China não somente esta sedenta de vinho, como também é agora é o sexto produtor de vinhos do mundo, superando a Austrália.

Conduzindo seu carro em uma rua cheia de buracos, Colin acena com a cabeça ao chaman do povo, que descansa em uma parcela e fica admirando o horizonte junto a uma das parecelas onde será levantada a vinícola de quatro plantas, com todo o funcionamento por gravidade.
Por hora a China segue sendo um mistério para encontrar a localização de seus terroirs e os obstáculos para localizar-los são enormes. O norte é muito frio e o sul faz muito calor, sendo que julho e agosto ficam ameaçados com as colheitas com uvas pouco maduras ou podres.

"Estas são as complicações" , comenta Denis Dubourdieu, professor, investigador e enólogo de Bordeaux. "Não são insuperáveis, mas as melhores zonas para a viticultura da China não são evidentes".

Momentaneamente a melhor esperança dos vinhos de qualidade na China provém de algumas fincas de propriedade familiar, sendo estas as quais colaboram com Torres China, Grace Vineyards e Silver Heights. Mas a maioria da produção nacional parece seguir o modelo australiano de produção industrializada de vinhos de marca. Alcançam um exito quando conseguem uma combinação de marketing inteligênte, etiquetas facilmente decifráveis e uma qualidade constânte.

Mesmo assim, os vinhos chineses de marca são irregulares e alguns produtores prestam pouca atenção nas orientações ocidentais de autenticidade das etiquetas. De um ano ao outro , um vinho chines com a mesma etiqueta é uma mescla de vinho produzido na sua região, vinho trazido de outras regiões da China, vinho importado a granel de baixa qualidade e de qualquer colheita disponível.

Mesmo assim a China vem sendo um consumidor voráz e intusiasmado pelo vinho. Desde 2009 já beberam 1.200 milhões de garrafas de vinho, destas somente 8,5% foram de vinhos de garrafa, segundo Torres China. A superfície dos vinhedos nacionais aumemtaram em 6,1% de 2006 a 2009 e a produção de uva 10,7%, segundo a OIV.

Apesar dos grandes riscos e sem descubrir o potencial dos terroirs, a China segue atraindo os Ocidentas. Como é o caso de Michel Rolland, afirma que "se encontro um projeto muito exclusivo onde alguem esta totalmente centrado na busca de onde podemos ir em termos de qualidade na China, gostaria de fazer. Não quero me meter em um grande projeto com um grande número de depósitos, onde é necessário degustar como louco durante dias para se fazer um assemblage. Eu fiz toda minha vida e já não quero mais. Mas se posso encontrar este projeto exclusivo, talvez vou para China".

Nenhum comentário:

Postar um comentário