quarta-feira, 7 de julho de 2010

A Simplicidade com Estilo dos Rosés

Devido a nossa cultura gastronômica, o vinho rosé sempre foi visto como um vinho de segunda categoria, a sua cor era feminina no universo de bebedores homens. Atualmente a má fama dos rosés começa a se abater, e impor uma nova fase de vinhos rosés de boa qualidade e elegântes. A maior procura pelo lazer junto as praias, o sol e o calor impõem gastronomia mais ligth e é aqui que o Rosé tem o seu lugar de eleição.

Podemos dizer que o Rosé está colocado entre os tintos e os brancos. A sua cor em algumas regiões está completamente padronizada, tal como os millesimées da Provença. Vão desde a cor de casca de cebola, salmão, rosa pálido e o rosado da groselha.

Para uma melhor compreensão destes vinhos, talvez seja útil uma breve definição do seu modo de elaboração. Existem duas técnicas de vinificação, cada uma responsável por perfis de provas diferentes. Um vinho rosé pode se obter do mosto proveniênte exclusivamente de uvas tintas ou da mistura de um vinho branco e tinto, embora este último procedimento esteja praticamente em desuso e, inclusive, proibido em muitos países. Por exemplo, na França esta prática só é permitida, nos rosés da região de Champagne, que podem incluir uma mistura de uvas brancas da casta Chardonnay e tintas Pinot Meurier e Pinot Noir. Mas no caso dos vinhos tranquilos, os rosés de qualidade são obtidos a partir de uvas tintas.

ESMAGAMENTO
Um rosé pode ser obtido pelo esmagamento de uma uva de pele tinta – a cor concentra-se na película e a cor do sumo que flui depois do esmagamento será muito leve. Depois de uma vinificação do mosto idêntica à do vinho branco, o enólogo obterá um vinho rosado. As características gustativas de um rosé elaborado através deste método são algo semelhantes às de um vinho branco.

SANGRIA
Inicialmente, as uvas são vinificadas como se fosse elaborar um vinho tinto. Quando o enólogo estima que a cor do mosto alcançou a intensidade desejada, “sangrará” a cuba, isto é, separará o mosto das partes sólidas. O sumo obtido prosseguirá a sua fermentação seguindo o modelo de um vinho branco. As cores finais são mais intensas, segundo o perfil que o enólogo pretenda atingir. O rosé de sangria possui uma certa riqueza taninosa e parecerá mais vinoso que o rosé obtido por esmagamento. Em ambos os tipos, o mosto vinifica-se geralmente a baixa temperatura e certas leveduras aromáticas desenvolvem o potencial de fruto que terá o vinho final.

OS AROMAS
Um vinho rosé deve ser aromático. Todo o seu encanto residirá na sua variedade de aromas, no carácter floral ou frutado, apesar da sua relativa simplicidade. Podemos assim encontrar a seguinte gama de aromática:
■ Série floral: flor de laranjeira, flor de pessegueiro, flor de videira, rosa, tília, íris, violeta, cravo ou urze, giesta, flores secas.
■ Série frutada: cereja vermelha, groselha, romã, amêndoa fresca, morango, framboesa, groselha preta, damasco, pêssego, pêra, maçã, citrinos como a toranja, a tangerina, ou a laranja, frutas exóticas como a líchia, o ananás, a banana ou o figo fresco. Os frutos secos estão pouco presentes. O frutado deve ter um carácter primário, com notas de frescura.
■ Série vegetal: folha de groselha preta, pimento.
■ Série fermentária ou amílica: levedura, rebuçado de frutas. Raramente serão manifestadas as séries de madeira, de especiarias, balsâmica ou animal.

SABORES
Um rosé deve ser refrescante. O seu equilíbrio será julgado segundo o seu carácter ácido, a sua maturidade, o seu volume, a sua potência alcoólica e a presença ou não de taninos. Observa-se qualidade do ataque, que deve ser franco e aromático: o vinho deve falar desde a sua entrada na boca. Um bom rosé ocupa imediatamente o paladar graças à sua amplitude. O componente ácido será perceptível mas equilibrado. Um rosé que lhe falte acidez parecerá pesado, o álcool sobressairá com vulgaridade. Por outro lado, um rosé demasiado ácido parece verde e irritante. A qualidade aromática na boca constitui a atracção do rosé. A correspondente potência taninosa dá-lhe o seu corpo. Este não deverá ser muito pesado nem muito estruturado.

VERSÁTILIDADE
Os rosés são extremamente flexíveis, acompanhando carnes leves, peixes, massas, pizzas, e, por que não, uma sanduíche depois da praia. Frequentemente, os rosés são bebidos em boa companhia, em agradáveis fins de tarde, entre amigos e a brindar uma conversa descontraída.

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