Após assistir casualmente em um destes raros programas na tv sobre vinhos, me chamou muito a atenção a reportagem que se tratava de um produtor de vinhos que vivia no Valle do Guadalupe chamado Hugo D'Acosta. Logo em seguida, se encontrava em todos os meios ligados ao vinho. Venho a saber que este mesmo produtor havia sido muito elogiado por Jancis Robinson, uma das principais críticas de vinho da atualidade.
Hugo D’Acosta estudava agricultura na Cidade do México quando começou a entrar em contato com o mundo do vinho. Decidiu ir para Montpellier e Turim estudar enologia, regressando ao México em 1983. O periodo nos anos 80 no Mexico não era muito favorável para um enólogo que pretendia criar seu vinho, desde então, já no inicio dos anos 90 viaja a Califórnia, onde adquiriu mais conhecimentos, trabalhando para os enólogos Cathy Corison e Tony Soter, em Napa Valley. Por fim regressou ao México onde inicialmente trabalhou em Santo Tomás, em LA Cetto e Domecq, uma das três grandes adegas em Baja Califórnia, no extremo noroeste do país. Decidiu então criar a sua própria adega, Casa de Piedra, em Valle de Guadalupe, a menos de cem quilómetros da fronteira americana e aberto à fria influência do Pacífico, semelhante à fria corrente de Humboldt. Isto faz com que Valle de Guadalupe seja favável para a produção de vinho. Com a ajuda do irmão arquiteto, Alejandro, construiu uma escola de produção de vinhos numa aldeia local, um edifício simples reforçado com objetos reciclados, como molas de colchão e garrafas de vinho vazias, cujo o objetivo era dar aos moradores uma forma de apoiar famílias economicamente desfavorecidas.
Estagiários locais eram propietários de seus próprios barris. Podem examinar as suas uvas, comprar uvas de outros produtores ou comprar nas próprias vinhas de Hugo D’Acosta.“Os jovens estão cada vez mais ficando interessados e orgulhosos dos produtos e do vinho mexicano”, comentou D' Acosta à crítica inglesa Jancis Robinson, na sua visita a Londres.
Segundo D'Acosta, os vinhos que criou são vinhos de e com contexto, feitos para acompanhar específicamente os pratos que possuem, no caso do Sauvignon Blanc, exemplar que teve destaque, criava um conjunto excepcional com o notável peixe da região, trazidos pelas correntes frias. "Este Vinho de e com Contexto, a pessoa além de participar o mínimo possível do processo, tentar fazer parte da vinha, aprendendo e integrando-se ao que esta a sua volta", afirma.
Este exemplo deveria ser tomado, ou pelo menos entendido pela maioria dos consumidores e produtores de vinhos. Em vez de tornar o vinho uma marca e toma-lo com a mesma opinião que encontramos nos guias e nas revistas, embasado em algum paradigma teórico, tentar entender o vinho como um todo, aprender o máximo possível com ele, de como e porque foi criado. Nota-se que muitas marcas são criadas e colocadas no mercado, seguindo uma receita imposta por esta mesma marca ou pela demanda que o mercado massivo impõe, esquecendo muitas vezes da verdadeira essência que possui a região, por quais pessoas e sobre tudo em qual situação foi criado. Quem sabe assim, nós consumidores poderiamos realmente, ao tomar uma garrafa de vinho, ter novos conhecimentos, estímulos e realmente ao tomar cada gole de cada garrafa, tomar também um pouco de lição de vida e de história que se encontra por trás do rótulo.
Bom dia, bela postagem, parabéns!
ResponderExcluirDeu até vontade de experimentar o Sauvignon Blanc mexicano.
Saúde!
Boa tarde Leonor!!!
ResponderExcluirEu também fiquei curiosa, devem ser vinhos bem interessantes, não sei se já se encontrar aqui no Brasil!!
Abraços e bom domingo!!
Saude!
Vou dar uma pesquisada, se achar algo te falo.
ResponderExcluirAbraços.