quinta-feira, 1 de julho de 2010

A Bonarda na Argentina

Na Argentina, praticamente só se fala em Malbec, deixando de lado, muito injustificadamente, a Bonarda, cuja imagem ainda é ligada aos vinos gruesos baratinhos. É muito mais fácil provar e gostar dos tintos feitos com a Bonarda na Argentina do que identificar a origem dessa uva. A cada dia surge mais um Malbec concentrado, alcoólico, caríssimo. Muitos conseguem aliar a potência à elegância, mas tenho encontrado mais os do tipo potente e alcoólico. Isso vem tornando mais atraentes os Bonardas modernos, amigáveis, elegantes, feitos com uvas de videiras antigas que amadureceram corretamente.

Todos os vinhos do Novo Mundo vieram, naturalmente, da Europa, começando pelas plantações feitas pelos padres, que precisavam de vinho para a missa. Os imigrantes completaram o trabalho. Na Argentina, muitos grupos de imigrantes transplantaram suas uvas e técnicas: Tempranillo (Espanha); Barbera, Sangiovese, Bonarda (Itália).
Os italianos devem ter levado a Bonarda para a Argentina, onde ela se deu muito bem e propagou-se rapidamente, principalmente na zona plana mais quente da Província de Mendoza, distante das áreas mais valorizadas localizadas nas fraldas dos Andes.

A Bonarda foi bem aceita pelos vinhateiros, pois dava vinhos com muita cor e frutas. Na primeira metade do século passado a qualidade não importava tanto, o negócio era produzir vinhos baratos e populares. Com isso, a Bonarda foi, por longo tempo, a uva mais plantada, pois produzia muito (a Malbec passou a ser a mais plantada há relativamente pouco tempo).

Mas que Bonarda era aquela? Só no Piemonte, existem vários tipos. Estudos recentes dizem que ela está relacionada à Dolceto, mas atualmente, é mais aceita a teoria de que se trata da Corbeau, uma uva francesa, da região do Jura.
Com a enorme queda no consumo de vinos gruesos, que muitas vezes eram consumidos com água gaseificada, os produtores passaram a tratar a Bonarda como ela merece, fazendo tintos alegres, cheios de fruta, com menos álcool, fáceis de beber. Ótimas opções para os colossos feitos com a Malbec.

Fonte: O Estadão

Um comentário:

  1. Oi, muito legal esta matéria!
    A gente importa no Brasil um vinho produto com esta variedade: Dolce Stefania Bonarda da Naiara Wine
    http://champagne-vinho.com.br/produtos/vinho/dolce-stefania-bonarda

    Abs

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